Debate sobre Trotes nas Universidades
UMANITÀ
"Foi na primeira semana de aula, e as alunas foram trancadas dentro de aula sala, apenas com os meninos, com os veteranos. Foi uma verdadeira humilhação, com vários atos de violência física, sexual e simbólica. As meninas foram obrigadas a tirar sapatos e subir na mesa do professor. Então, elas eram forçadas a dizer que enquanto calouras elas estavam obrigadas a satisfazer todas as necessidades sexuais dos seus veteranos, em especial do padrinho (cada menina tinha um padrinho), um homem que iria acompanha-la ate o fim do curso e supostamente ajuda-la. Bom, enquanto faziam isso, as meninas eram filmadas por alguns dos meninos que estavam lá. Eram cerca de 40 meninas mais ou menos, porque o curso a cada ano recebe 90 alunos, e metade ou um pouco mais eram meninas. Então, 40 participaram e elas foram cercadas por mais de 100 meninos a partir do segundo ao quarto ano. Eu me lembro de ficar com medo do trote e tentar ir embora, mas enquanto eu estava descendo as escadas, a professora que dava aula na sala onde haveria o trote nos disse que a gente deveria ir, porque seria divertido, nada demais. Ou seja, o trote aconteceu dentro da instituição e uma professora ainda incentivou as alunas a irem, a entrarem na sala e sofrerem o trote.Já na minha vez de subir na mesa eu me recusei e eu fui xingada, fui empurrada, disseram que no fundo eu gostava daquilo, deram tapas na minha bunda, me beliscaram e me deram tapas na cabeça também. Eles me forçaram a subir na mesa, e como eu me recusava, eles me empurraram e eu me desequilibrei, bati em algumas cadeiras que estavam do lado e acabei caindo no chão.Eu reclamei na coordenação do curso e eles se limitaram a dizer que eu não deveria ter ido pro trote se eu não gostava. Eu tive uma péssima relação com esses colegas que me agrediram, porque eu sempre deixei claro o que eles haviam feito: eu contava pra todo mundo e eu sempre ia aos trotes pra tentar acompanhar [...].Eu era vista como extremista, radical, politicamente correta. Eu me lembro que um dia me disseram que eu era uma ‘nerd’ que queria estragar festa e que eu deveria estar em casa."
No dia 28/03, o Umanità e convidados debateram a temática dos trotes violentos nas universidades brasileiras e discutiram como essa prática reafirma uma cultura de violência e hierarquia. Tendo isso em mente, foram coletados diversos relatos de experiências com trote com o objetivo de demonstrar as ações violentas que são perpetuadas dentro do ambiente da universidade que deveria ser de recepção e não de opressão.
Confira abaixo os relatos completos postados previamente no Facebook:
"Era o primeiro dia de aula. Eu fui entrar na sala, os veteranos pediram minha identidade e confiscavam a de todos os calouros, então, entramos na sala confusos com o que estava acontecendo. Aí, diante da janela do pavilhão surgiram cartazes tipo "calouro vai morrer". Acabou a aula, eles impediram a gente de sair. Até havia a possibilidade de fugir se eles não tivessem com minha identidade (a usaram como coação porque eles poderiam saber quem é a pessoa que fugiu pela identidade confiscada). Aí, fizeram elefantinho do PJC até o CA no ICC Norte e chegamos numa sala abafada. Aí, lá tinha a brincadeira: os calouros deviam escolher entre beber bebida alcoólica ou engolir ovo cru (que eles mesmo quebravam com a mão e mexiam com o dedo). Também tinha um varal com várias roupas íntimas penduradas, calcinhas e cuecas, que pertenciam a cada veterano que participava. Aí, a gente era obrigado a beber a bebida (que eu não sabia o que era) e depois pegar no varal alguma roupa íntima com a boca, que equivalia a escolher o/a seu padrinho/madrinha. E conforme íamos fazendo isso, nos faziam perguntas: se éramos solteiras, orientação sexual e posição sexual favorita. Quando respondi a minha posição sexual favorita (já que a maioria das meninas não respondiam por vergonha) fui chamada de "safada" pelos veteranos na frente de todo mundo. Eu me senti mal com essa reação e depois disso peguei minhas coisas e fui embora da sala. A partir disso não consegui socializar com meus colegas de curso durante o resto do semestre e nenhuma pessoa que estava presente se sensibilizou com minha situação lá na hora."
Debate sobre Trotes nas Universidades
UMANITÀ
RELATO 1:
"Foi na primeira semana de aula, e as alunas foram trancadas dentro de aula sala, apenas com os meninos, com os veteranos. Foi uma verdadeira humilhação, com vários atos de violência física, sexual e simbólica. As meninas foram obrigadas a tirar sapatos e subir na mesa do professor. Então, elas eram forçadas a dizer que enquanto calouras elas estavam obrigadas a satisfazer todas as necessidades sexuais dos seus veteranos, em especial do padrinho (cada menina tinha um padrinho), um homem que iria acompanha-la ate o fim do curso e supostamente ajuda-la. Bom, enquanto faziam isso, as meninas eram filmadas por alguns dos meninos que estavam lá. Eram cerca de 40 meninas mais ou menos, porque o curso a cada ano recebe 90 alunos, e metade ou um pouco mais eram meninas. Então, 40 participaram e elas foram cercadas por mais de 100 meninos a partir do segundo ao quarto ano. Eu me lembro de ficar com medo do trote e tentar ir embora, mas enquanto eu estava descendo as escadas, a professora que dava aula na sala onde haveria o trote nos disse que a gente deveria ir, porque seria divertido, nada demais. Ou seja, o trote aconteceu dentro da instituição e uma professora ainda incentivou as alunas a irem, a entrarem na sala e sofrerem o trote.Já na minha vez de subir na mesa eu me recusei e eu fui xingada, fui empurrada, disseram que no fundo eu gostava daquilo, deram tapas na minha bunda, me beliscaram e me deram tapas na cabeça também. Eles me forçaram a subir na mesa, e como eu me recusava, eles me empurraram e eu me desequilibrei, bati em algumas cadeiras que estavam do lado e acabei caindo no chão.Eu reclamei na coordenação do curso e eles se limitaram a dizer que eu não deveria ter ido pro trote se eu não gostava. Eu tive uma péssima relação com esses colegas que me agrediram, porque eu sempre deixei claro o que eles haviam feito: eu contava pra todo mundo e eu sempre ia aos trotes pra tentar acompanhar [...].Eu era vista como extremista, radical, politicamente correta. Eu me lembro que um dia me disseram que eu era uma ‘nerd’ que queria estragar festa e que eu deveria estar em casa."
No dia 28/03, o Umanità e convidados debateram a temática dos trotes violentos nas universidades brasileiras e discutiram como essa prática reafirma uma cultura de violência e hierarquia. Tendo isso em mente, foram coletados diversos relatos de experiências de trote com o objetivo de demonstrar as ações violentas que são perpetuadas dentro do ambiente da universidade que deveria ser de recepção e não de opressão.
Confira abaixo os relatos completos postados previamente no Facebook:
RELATO 2:
"Era o primeiro dia de aula. Eu fui entrar na sala, os veteranos pediram minha identidade e confiscavam a de todos os calouros, então, entramos na sala confusos com o que estava acontecendo. Aí, diante da janela do pavilhão surgiram cartazes tipo "calouro vai morrer". Acabou a aula, eles impediram a gente de sair. Até havia a possibilidade de fugir se eles não tivessem com minha identidade (a usaram como coação porque eles poderiam saber quem é a pessoa que fugiu pela identidade confiscada). Aí, fizeram elefantinho do PJC até o CA no ICC Norte e chegamos numa sala abafada. Aí, lá tinha a brincadeira: os calouros deviam escolher entre beber bebida alcoólica ou engolir ovo cru (que eles mesmo quebravam com a mão e mexiam com o dedo). Também tinha um varal com várias roupas íntimas penduradas, calcinhas e cuecas, que pertenciam a cada veterano que participava. Aí, a gente era obrigado a beber a bebida (que eu não sabia o que era) e depois pegar no varal alguma roupa íntima com a boca, que equivalia a escolher o/a seu padrinho/madrinha. E conforme íamos fazendo isso, nos faziam perguntas: se éramos solteiras, orientação sexual e posição sexual favorita. Quando respondi a minha posição sexual favorita (já que a maioria das meninas não respondiam por vergonha) fui chamada de "safada" pelos veteranos na frente de todo mundo. Eu me senti mal com essa reação e depois disso peguei minhas coisas e fui embora da sala. A partir disso não consegui socializar com meus colegas de curso durante o resto do semestre e nenhuma pessoa que estava presente se sensibilizou com minha situação lá na hora."
RELATO 3:
"Estava na aula de Calculo 1 quando chegaram os veteranos. Pediram para que tirássemos a camisa e levássemos as mochilas para o CA. Como não sou uma pessoa muito tímida, nem me importo que vejam o meu corpo, achei essa parte tranquila, até divertida.De lá, seguimos para um anfiteatro, fizemos fila na escada do lado direito do anfiteatro e começaram a nos pintar. Não me importo com a sujeira, a experiência me fez lembrar minha infância. Depois de nos pintar, os veteranos foram chamando um de cada vez para subir na mesa (aquela de madeira do professor) e é aí que começou a sacanagem.
Algumas perguntas foram sendo feitas, umas bem simples com o propósito de apresentar as pessoas como "Qual o seu nome?" e outras sem propósito muito claro como "Qual sua orientação sexual?". Eu era um dos últimos na fila. Estava vendo os meus colegas subindo na mesa e fazendo o que os veteranos mandavam. Alguns, muito tímidos, tinham bastante dificuldade de fazer o que falavam e se não faziam do jeito que pediam, eram alvos ainda mais forte de piadinhas e ali em frente às pessoas eles até faziam um sorriso meio fingido aparentando estarem bem com aquilo, mas não sei até onde vai o real bem estar. Alguns não pareciam ligar muito para o que os veteranos falavam. Escutavam aquele bando de besteirol e riam. Depois de um tempo chegou a minha vez. Perguntaram meu nome, respondi o mais alto que eu conseguia. O puxador do trote insistia pra eu falar mais alto e já estava me esforçando bastante para falar bem alto. Não sou muito habituado a gritar. Tudo era motivo de ridicularização. Se tu fala mais baixo, se tu usa um óculos mais antiquado, se você faz um gesto diferente com seus braços. Enfim, tudo é motivo pra piada. Na hora que me perguntaram: "Qual tua orientação sexual?". Preferi não responder já que achei extremamente sem propósito. Logo apos a minha não-resposta já vieram piadinhas homofóbicas do tipo: "Ah! Esse aí queima o rabo!". Acompanhado desse tipo de piada – que não foi só comigo que aconteceu – tinham os risos dos veteranos. Daí pra frente foi tranquilo (para mim) já que sou um cara bem sério e não dou oportunidade pra muita piada. Mas o final, teve o famoso calouro RU: um calouro é escolhido por algum veterano e se posiciona em pé na frente da mesa, se deita em cima dela com o peito encostando a madeira. E todos (sim, todos) os calouros iam lá "encoxar" o cara não com leveza, mas com a força que os veteranos queriam, que não era pouca. Então, essa foi minha experiência com o pré-trote.
Não fui no trote e nem preciso justificar o porquê. Sei que no trote pintaram o cabelo das pessoas com tinta de madeira. Alguns ficaram com essa tinta por semanas. Teve um cara que disse ter se esforçado tanto pra limpar a tinta que começou a sangrar e foi ai que ele desistiu. Nesse semestre ta rolando trote, mas nem fui."
RELATO 4:
"Fisicamente nenhuma agressão, mas era um negócio meio: "Ah calouro, você pode não fazer isso, mas vai sofrer depois”. Tipo, no grupo do Facebook, eles postavam foto de vidro quebrado dizendo: "Calouro, olha o que te espera se tu não participar", ou tipo uma foto de um bonequinho afogando outro dentro de um balde.
A maioria das pessoas se sentia mais acuada do que fisicamente agredida e, na hora das perguntas pras meninas, eles sempre pediam pra elas darem uma rodadinha, mandaram vários meninos tirarem a camisa... E era aquela pressão de 30 pessoas gritando, então por mais que não tivesse essa agressão física, era muito psicológica, era muito verbal.
"Você não é obrigado, mas vai sofrer".
RELATO 5:
"Quando passei no vestibular, tinha medo do trote e o do que podia ser feito com os alunos. Uma semana antes de começar a aula, eu cortei meu cabelo bem curto e comecei a usar um boné. Assim parecia que meu cabelo já tinha sido raspado. No primeiro dia de aula, todos os rapazes levaram o trote e o mais comum era raspar o cabelo ou fazer cortes com tesoura.No final do dia, eu era um dos únicos que não havia sido incomodado. Porém, quando estava voltando para casa, um grupo de veteranos arrancou meu boné, me ameaçaram e usaram a força pra cortar meu cabelo. Fiquei com medo porque a tesoura poderia acabar cortando minha pele. Foi muito humilhante, tive medo e perdurou por algum tempo, enquanto o cabelo não crescia."
RELATO 6:
Este relato é resultado de uma carta deixada por um garoto que sofreu com a homofobia. Sua carta foi entregue por uma das pessoas envolvidas no crime. Ela chegou à mão dos parentes dele. O caso não foi a público por questões familiares. Os culpados, porém, foram condenados.
[aviso de relatos fortes]
"Aprovação na Faculdade, família e amigos aceitando que eu tinha saído do armário. A autoestima estava no teto, e eu extremamente feliz. Daí, primeiro dia de aula. Pessoas receptivas, conhecendo gente legal, tendo minhas primeiras aulas como universitário. Por enquanto a Federal parecia um sonho, estava tudo ótimo. Depois de conversar com outros bixetes, comecei a ouvir algumas coisas bem esquisitas, do tipo “cuidado com os trotes”, “você é gay e vão frescar mais contigo” – não bastasse a grande desproporção entre o número de homens esmagadoramente maior que o de mulheres. Mas relevei e só segui minha vidinha de primeiro dia de aula.Foi após uma aula de Cálculo 1, que meus veteranos apareceram batendo na lousa e gritando com todo mundo que estava na sala. Trancaram a porta e começaram a perguntar o que a gente queria na faculdade, e foram de um por um. Isso já tava muito esquisito porque na vez de um cara gago eles começaram a frescar de uma maneira muito invasiva e perturbadora, chegando a constranger. E ah, também preciso comentar que na vez das meninas os caras gritavam “comestível”, “dada” ou “catiroba” de acordo com atribuições deles. Quando, finalmente, chega a minha vez. Um cara baixo, magro, claramente afeminado que estava na sua primeira semana de aula. Minha voz inalada me entregou, e comecei a escutar vaias e ofensas as mais horrorosas e cruéis possíveis, tipo “putinha do João”, “viadinho”, “travequinha” e outras que não comento. Até que, irritados com o meu jeito e minha voz, alguns deles vieram pra perto e meus batimentos aceleraram. Derrubaram meu caderno no chão e chutaram minhas coisas dizendo que eu tinha que aprender a ser homem macho e que viado é pra ir fazer estilismo e moda. Até que dois deles pegaram ovos e jogaram em mim, com força, na minha cara, e esfregaram suas genitálias - cobertas por roupas - no meu corpo e me empurrando dizendo que eu adoro um monte de salsicha e ovo. Depois disso, ficaram rindo descontroladamente e foram interrogar, repito que cruelmente, outras pessoas. Pensei que o inferno tinha acabado, falei pra minha família que iria voltar mais cedo porque estava me sentindo cansado e só quis ir embora. Depois de tirar a sujeira dos ovos, me lavar no banheiro e sair do prédio, encontrei duas garotas com um rapaz que se disseram meus veteranos e que souberam que tinham me humilhado. Eles pediram desculpas e disseram que iriam me ajudar. Me levaram para um carro preto e fomos até um prédio na rua Washington Soares. No caminho, foram simpáticos e me falaram pra não ligar pras “brincadeiras” que alguns imbecis fazem, que eles só são mimadinhos e têm dúvidas quanto a eles mesmos. Me confortei com as palavras, não nego, e aceitei o convite pra descer do carro e subir pra tomar uma cerveja – primeira vez que bebia, diga-se de passagem. Assim que entramos no elevador, notei que as pessoas ficaram mais caladas, como se estivessem a esconder algo. Só que só ignorei.Chegamos no apartamento, entrei pela sala e o rapaz e uma garota me levaram até o suposto quarto dele onde tinham 4 outros caras, todos na base dos asteróides e extremamente altos, fortões e segurando fitas e cordas. Comecei a ficar assustado, até que me empurraram. Comecei a gritar, mas imediatamente fui esmurrado, todos se juntaram, taparam minha boca e me amarraram. Continuaram me batendo por uns muitos segundos e gritando coisas como “bicha”, “cachorra”, “baitola” e etc. Até que começaram a arrancar minhas peças de roupas com força, me prendendo e me batendo ao mesmo tempo. Pensei em chorar, mas vi que de nada ia adiantar, até me esperneei um pouco e tentei resistir, mas não consegui no fim das contas. Até que eles começaram a perguntar se eu iria gostar de ser a mulherzinha deles, vindo eu a ser penetrado pelo rapaz que tinha me trazido de carro. Eu me contorcia de dor e estava completamente imobilizado, não tinha o que fazer. Depois do primeiro, os outros 4 se revezaram e me estupraram de forma agressiva, violenta e fazendo questão que eu ficasse cada vez mais desconfortável, apertando meus ossos, puxando meus braços pros lados opostos, gritando coisas horríveis, apertando meus membros e me fazendo sangrar em todos os locais que eu poderia imaginar. Enquanto isso, as garotas assistiam e riam dizendo que eu tinha mesmo que aprender a ser homem, que homem que quer ser mulher não é homem.Terminado o “serviço”, como chamaram eles, começaram a cuspir em mim e dizer que eu nunca ia ter amigos, e que eu era uma vergonha pro mundo. Chegaram a ejacular na minha face e nos meus olhos e ficaram perguntando se a bixetezinha tinha gostado do presentinho dos veteranos dela e que se eu não tomasse jeito iria ter mais. Eu nem entendia o que estava sentindo no momento e me encontrava num estado desumano de confusão, ódio, raiva, tristeza e pavor. Eles pegaram minhas coisas, me desataram de forma extremamente bruta e foram embora. Me deixaram sozinho, sem roupas, sangrando e intensamente ferido tanto por dentro como por fora. Tive vontade de gritar, chorar, correr pra bem longe, mas não fazia ideia do que fazia. Peguei então uma caneta e um papel, escrevi umas coisas e fui até a cozinha. Lá eu peguei uma faca e me cortei na altura da minha jubilar, sem nem mesmo hesitar. Dei um fim a tudo aquilo. Então sim, se vocês estão lendo esse relato é porque alguém teve algum resquício de remorso e o mostrou pra outras pessoas. Que trágica forma de encerrar a história, né? Desculpa mas não teve final feliz.