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UMANITÀ

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Declaração Universal de Direitos Humanos

Artigo 12º: “Ninguém será sujeito à interferência em sua vida privada, em sua família, em seu lar ou em sua correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação. Todo ser humano tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.”

A relação que as pessoas passaram a ter com o mundo tornou-se mais íntima após a completa inserção da internet em nossas vidas. Elas têm suas vidas completamente expostas por si mesmas em mídias sociais como Snapchat, Facebook, Twitter e Instagram. Isso por si só já é problemático, porque os indivíduos passaram a violar a própria privacidade, como paparazzis que perseguem a si próprios, deturpando o que é íntimo e o que não é.

Por outro lado, existem os casos em que pessoas são forçadamente expostas por outras pessoas. Uma das principais manifestações disso, e talvez uma das mais graves, é o revenge porn. O revenge porn normalmente consiste em vídeos ou fotos íntimos e/ou sexualmente explícitos divulgados por uma das partes de um relacionamento como forma de punição, vingança ou até de ridicularização da vítima. Na maioria dos casos, as vítimas desse tipo de invasão são mulheres.

A maior vulnerabilidade das mulheres para esse tipo de agressão se dá pela visão negativa que a sociedade patriarcal criou sobre a sexualidade da mulher. Quando uma mulher é exposta, isso é visto negativamente porque a mulher é rechaçada enquanto ser sexualmente ativo (slut shaming). O patriarcado impõe às mulheres um padrão de pureza e “respeito”, condenando aquelas que transam, que não são monogâmicas, que não tem pudor cristão ou que simplesmente não se esforçam para manter essas aparências.

O revenge porn e outros crimes que envolvem a invasão da privacidade de mulheres com a finalidade de constrangê-las de qualquer forma e por qualquer outra razão são mais uma prova de como o patriarcado fere, exclui e até mata mulheres. Existem inúmeros casos de adolescentes que cometeram suicídio após terem conteúdo íntimo vazado em redes sociais.

Por fim, cabe a nós, enquanto indivíduos que compõem essa sociedade patriarcal, questionar o que fazemos para contribuir para esse quadro tão triste. O slut shaming se dá de formas muito diversas, que podem ser pequenas, que às vezes nem percebemos, ou que até chegam a um país inteiro. Essas agressões, juntas, são as pedras que jogamos nas mulheres, naquelas que vivenciam seus corpos e sua sexualidade.

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